A série de artigos #ficaemcasa vai trazer reflexões, dificuldades e orientações para esse período tão delicado que estamos vivendo: a pandemia do Covid-19.
Como esse blog é voltado para a família, a maior parte dos assuntos abordados serão comuns entre mães e pais. Hoje, vamos inaugurar essa categoria do blog com o assunto que assusta até as mamães com mais experiência, porque essa situação é realmente única: gravidez durante a pandemia.
*Este artigo está baseado em informações oficiais da OMS, Unicef e outras organizações responsáveis por orientar a população, assim como consulta de especialistas da área da saúde.
Cenário
A chegada de um bebê numa casa e na vida de uma família é sempre motivo de alegria. O ato de gerar a vida é ainda mais especial para quem passa esse processo por 40 semanas, a mãe. Mas viver essa benção durante uma pandemia e inúmeras crises e problemáticas causada por ela, é preciso ter muito cuidado e informação para não tornar esse momento especial em preocupação e estresse.
O cenário diferente que as famílias grávidas encontram hoje é esse:
- Hospitais e clínicas com atendimentos controlados;
- Diversos profissionais impedidos ou limitados de exercer suas funções;
- Alto risco de contaminação ao interagir com pessoas, lugares, negócios;
- Doença ainda sem cura ou imunização.
Considerando esses pontos, e que OMS caracterizou como grupo de risco todas a gestantes e puérperas, a rotina de uma grávida “em um momento normal” seria completamente diferente do que ela deve aderir agora. Por isso, até mesmo as mulheres e famílias que já passaram por essa experiência, precisam se preparar.
Pré-natal
A OMS orienta que visitemos hospitais e clínicas apenas quando realmente necessário, pois esses espaços estão se dedicando ao tratamento das vítimas da pandemia e, com isso, são locais com maiores riscos de contaminação. Dessa maneira, a dúvida que paira a mente das grávidas é: devo continuar as consultas de pré-natal?
Segundo a Comissão Nacional Especializada de Assistência Pré-Natal, as consultas de pré-natal deverão seguir as rotinas habituais, de acordo com seu risco, presença de intercorrências ou morbidades. Isso quer dizer que, durante esse período de isolamento social, caso não haja prejuízo na qualidade do pré-natal, a agenda de consultas pode ser ajustada para incluir consultas por telemedicina ou serem mais espaçadas.
Mas lembre-se: é preciso se certificar de que o local está tendo todos os cuidados impostos pela OMS, sempre. Abaixo a lista de cuidados que todo o ambiente hospitalar e clínico deve aderir:
A grávida deve permanecer o mínimo de tempo necessário no local;
Os intervalos entre consultas e exames devem ser ampliados;
A higienização do ambiente e do profissional deve ser feita entre cada paciente;
O hospital deve separar o setor de maternidade e obstetriz para que não haja contato com os setores que tratam as vítimas do Covid-19;
Em caso da grávida ter suspeita da doença, deve-se seguir um protocolo rígido (você pode conferir aqui).
Parto
Existem protocolos estabelecidos pela OMS, e que podem se tornar mais rigorosos de acordo com a política de cada hospital. Por isso, é preciso conversar com seu médico para entender qual é o protocolo de atendimento no parto e puerpério. Vamos listar alguns itens que tem sido os mais comuns nas redes hospitalares particulares brasileiras.
Acompanhante: a gestante deve escolher uma pessoa para acompanhá-la, o ideal é que não faça parte do grupo de risco da covid-19, e que não tenha tido sintoma gripal e/ou de infecção respiratória último mês. É bom lembrar que a gestante tem direito, por lei, de ter alguém ao seu lado para acompanhar durante todo o processo, inclusive dentro da sala de parto.
Bolsa maternidade: cada instituição possui um procedimento, mas em geral os objetivos e roupas devem ser higienizados e colocados em sacolas plásticas também higienizadas assim que chegar ao espaço hospitalar.
EPIs: O uso de máscara é obrigatório desde a saída da gestante de sua casa. Somente será removida durante o parto para não haver dificuldades respiratórias.
Higienização: a mãe deve fazer higienização constante das mãos com água e sabão e fazer o uso de máscara durante sua estadia no hospital.
Nenhum estudo até o momento demonstrou que parto em ambiente não hospitalar seja mais seguro em decorrência da pandemia. Entretanto, caso você não se sinta segura, existem opções como clínicas obstétricas e também parto domiciliar (somente para gestações de baixo risco). Antes de tomar qualquer decisão, faça sua pesquisa e consulte especialistas e mulheres que já viveram essas experiências.
Cuidados depois de dar a luz
Mesmo que não haja casos de pessoas infectadas pelo Coronavírus na família, a orientação da OMS é de que toda a família fique em isolamento social durante os primeiros meses de vida da criança. Uma única pessoa deve se responsabilizar pela ida ao mercado e farmácia, tomando todas precauções de segurança e higiene, e evitando contato com o bebê ao máximo. Caso algum membro da família tenha que trabalhar presencialmente na empresa, será preciso manter os distanciamento social do recém-nascido, da mãe e das outras crianças da casa.
Sabemos que essa é uma orientação complicada, que afeta emocionalmente a família. Mas é preciso entender que esses são cuidados mínimos para garantirmos a proteção de toda a família, que terá uma longa história para viver e contar. Pense assim: é só uma fase, e vai passar. Se for preciso, procurem o apoio de um profissional da psicologia para atender a família e acompanhar o processo.
Relatos
Em participação no É de Casa, Thelma Assis conversou com mães que enfrentaram um desafio durante a quarentena: dar à luz em meio à pandemia do novo coronavírus. Clique na imagem abaixo para conferir o vídeo!
*Este blog dedica-se a ajudar, orientar e entreter famílias, com a missão de tornar suas vidas mais leves, seguras e com muito, muito amor. Eu sou Julie Campanholi, fotógrafa de família e apaixonada pelo que faço. Conheça meu trabalho clicando aqui.